sábado, 22 de janeiro de 2011

Catástrofe na região serrana do Rio já é o maior desastre climático do País


     A tragédia da região serrana do Rio se igualou ontem ao maior desastre climático da história do País. Até as 22 horas de ontem, as autoridades contabilizavam 785 mortos, o mesmo número de vítimas da enchente do Rio em 1967, segundo ranking da ONU. O número tende a aumentar, pois o Ministério Público fluminense estima que ainda existam 400 desaparecidos nos seis municípios devastados pelas chuvas do dia 12.
O desastre também entra para os registros da ONU como o 8.º pior deslizamento da história mundial. O maior evento dessa natureza, segundo o Centro para a Pesquisa da Epidemiologia de Desastres, ocorreu em 1949, na antiga União Soviética, com 12 mil mortes. O segundo maior foi no Peru, em dezembro de 1941, e deixou 5 mil vítimas.
O deslizamento da região serrana já havia superado o número de vítimas registrado em 1967, em Caraguatatuba, quando 436 pessoas morreram. Por suas características devastadoras, o evento ocorrido há mais de quatro décadas na Serra do Mar paulista era considerado emblemático pelos geólogos.
Apesar da grande quantidade de água que desceu dos morros fluminenses e de vários rios terem transbordado, especialistas brasileiros e da própria ONU classificam o evento como deslizamento de terra. Na avaliação dos estudiosos, grande parte da destruição e das mortes foi causada pelas avalanches de terra e detritos - tecnicamente chamadas de corrida de lama.
O fenômeno é raro, pois depende de uma conjunção de fatores para ocorrer. No caso da região serrana do Rio, todos eles estavam presentes. Os morros são íngremes, o que favorece os escorregamentos de terra. Além disso, é preciso um grande volume de chuva concentrado em um curto espaço de tempo. Foi o que aconteceu ali. Segundo dados do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), as estações climáticas localizadas no núcleo da tempestade registraram 249 e 297 milímetros de chuva em 24 horas - a partir das 20 horas do dia 11. Na avaliação da presidente do Inea, Marilene Ramos, um temporal dessa intensidade tem probabilidade de acontecer a cada 350 anos.

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