Alguns reis da antiguidade designavam uma pessoa cuja única função
era lembrá-los algumas vezes por dia de que eles não eram deuses.
O maior desafio para lidar com o poder e o sucesso, seja ele político
ou econômico, é manter-se sóbrio, ciente de sua responsabilidade e,
principalmente, de que entre o que tem o cetro nas mãos (símbolo do
poder) e o mais simples “súdito” do reino, que tem nas mãos uma
vassoura, não há diferença alguma.
Não são poucos os registros na história daqueles que caíram nessa
armadilha e se entorpeceram pelo poder, pela fama ou pelo dinheiro.
Gente que perdeu seu fundamento, deixou de lado sua essência e naufragou
iludido pela miragem provocada de si mesmo por causa da notoriedade que
deteve por um tempo.
Sem exceção, qualquer ser humano que perde sua essência, um dia,
diante da ressaca da realidade, experimenta momentos de depressão em sua
velhice, durante o reencontro compulsório com sua humanidade, diante de
um leito de morte. Ali, fica muito claro que todos nós somos iguais e
sem escapatória.
Por outro lado, aqueles que mantêm viva a essência e não se iludem
com sua condição temporária em sua breve existência, não somente vão
desfrutar de suas conquistas ao lado das pessoas que amam como terão uma
grande chance de passarem ilesos pelo poder e chegar ao final de suas
vidas com um senso de missão cumprida.
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