quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O resultado do Exame Nacional do Ensino Médio mostrou o abismo que separa o desempenho de alunos das escolas públicas e os das particulares



O resultado do Exame Nacional do Ensino Médio mostrou o abismo que separa o desempenho de alunos das escolas públicas e os das particulares. O Enem também revelou avanços nas notas médias dos estudantes.
Uma escola tradicional do Rio de Janeiro foi a mais bem colocada no Enem.
O colégio São Bento é mantido por monges beneditinos e só aceita meninos que estudam em horário integral e pagam cerca de R$ 2 mil de mensalidade.
São do Rio, 9 das 20 escolas com melhor pontuação. São Paulo tem duas. Todas elas são particulares.
Um dos estados mais pobres do país, o Piauí, tem 5 escolas entre as 100 melhores. O Instituto Dom Barreto, de Teresina, tirou a segunda maior nota no Enem.
Nas duas melhores no Enem quase todos os alunos fizeram o exame. A participação é tão importante que o Ministério da Educação esse ano dividiu as escolas em quatro categorias, de acordo com a porcentagem de alunos que fizeram as provas.
A educação é um dos instrumentos mais poderosos para diminuir as desigualdades sociais, e o Enem mostra que o Brasil ainda precisa avançar muito. Das cem escolas com as melhores notas, a maioria é particular, apenas 13 são públicas e daquelas bem exigentes, ligadas ao ensino técnico e universidades.
O Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais é um exemplo. A melhor escola pública do país ficou em 8º no Enem. Tem vestibulinho, professores contratados em regime de dedicação exclusiva, que atendem fora do horário de aula.
“Não há escola boa sem professor que seja estimulado, bem preparado, bem formado e claro outras condições de escola. Uma das condições é ter mais tempo. Escolas de período integral, que têm laboratório, que têm outras oportunidades para o aluno, claro que vão melhor. E assim está sendo revelado pelo Enem”, aponta o sociólogo Cesar Callegari.
Os especialistas destacam o que consideram a boa notícia do Enem: a nota média dos alunos passou de 501 para 511 pontos no exame deste ano.
“Apesar da melhora, nós ainda temos desafios enormes pela frente. Nós melhoramos, mas ainda temos que melhorar muito”, garante Antonio Carlos Ronca, presidente do Conselho Nacional de Educação.
Prova disso é que 80% das escolas públicas tiveram nota abaixo da média do Enem. Nesta segunda-feira (12), o ministro da Educação, Fernando Haddad, defendeu a idéia de tornar o Enem obrigatório para todas as escolas.
“Educação tem sempre que evoluir e, portanto, nós temos que fixar metas de qualidade para que essa evolução seja perseguida por cada escola pública ou particular desse país”, aponta o ministro.

Fonte: JN

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